Pinocchio: diverte as crianças e emociona os adultos
“Pinocchio
– O Musical” está em cartaz no teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea,
proporcionando às crianças e as suas famílias um espetáculo infantil de boa
qualidade. O texto vem de uma adaptação de Anderson de Oliveira do clássico do
italiano Carlo Collodi (1826-1890), “As aventuras de Pinocchio”, lançado em
1883, e também do filme de animação de 1940 (Walt Disney). A produção reúne um
bom elenco que canta afinadamente um divertido repertório de canções de Jardel
Muniz e de Luiz Lopes, com arranjos de Dalton Coelho, dançando as vibrantes coreografias
de Anacleto Alves.
A
história é simples e conhecida, mas não custa lembrar. Pinocchio, assim como
Eliza Doolitle (“My fair lady”), é um personagem diretamente ligado à lenda de
Pigmalião e Galatéia, o escultor que se apaixona por sua obra que, pelas mãos
dos deuses, ganha vida. O escultor aqui se chama Geppetto e a obra é o boneco
de madeira, roupas de papel e chapéu de pão Pinocchio, que se torna um menino
pela bondade da Fada Azul. O tom moralista aproxima a obra de todas as outras
do gênero infantil: como tantas, essa é mais uma escrita para educar as
crianças, antes de diverti-las. Não mentir, não conversar com estranhos, não
faltar à escola são algumas das lições que o protagonista aprende enquanto
ensina nessa obra.
Igor
Veloso (João Grilo), Fernanda Alencar (Gideão), Rodrigo Rosado (João Honesto), Nunny Passos (Fada Azul), Rafael de Castro (Gepetto / Stromboli) e Tauã
Delmiro (Pinocchio) são os atores que compõem o elenco quase todo excelente. Ágeis,
com ótima dicção e intenções bem claras, as interpretações chamam a atenção dos
menores e também de seus familiares e amigos. Apesar da linda voz, Nunny Passos é a única participação negativa, porque deixa dúvidas sobre sua
personagem. Ironia nas falas, gestos bruscos e feições sérias abrem a
possibilidade para que pensemos ser ela uma bruxa e não uma fada em que devemos
confiar e gostar. Seu figurino também não lhe ajuda, uma vez que o tutu traz
uma certa sensualidade desnecessária à concepção da peça como um todo.
Com
a mesma intensidade com que são meritosos os figurinos de Simone de Lima, é
ruim o cenário de Luciano Heiras. Com destaques na roupa do protagonista e na
dupla João Honesto e Gideão, os atores usam vestimentas cujos detalhes são visíveis
e nobres. No entanto, as pesadas caixas em madeira bruta pesam o palco, porque dificultam
a movimentação (sobretudo na cena de perseguição), a cidade que se vê a partir
delas não justifica o uso do recurso e estão o tempo inteiro no palco de forma
que não contribuem para a evolução da narrativa. Assim, não trazem nada de
positivo, principalmente em relação à questão estética e, nesse caso,
considera-se também a cama de Gepetto, ainda pior. Os elásticos presos na
rotunda com bicos de luz pendurados também não agregam valor.
A
direção de Anderson Oliveira, com altos e baixos, recebe avaliação positiva
pela energia do grupo que contagia as crianças. A história é contada em um
ritmo rápido que prende a atenção das crianças e emociona o público adulto que,
como Pinocchio, aprende a viver vivendo.
.
Ficha Técnica:
Texto e Direção: Anderson Oliveira
Elenco: Igor Veloso, Fernanda Alencar, Rodrigo Rosado, Nunny Passos, Rafael de Castro e Tauã Delmiro
Assistentes de Direção: Ronize Carrilho e Luciano Heiras
Assistentes de Direção: Ronize Carrilho e Luciano Heiras
Figurinos: Simone de Lima
Cenário: Luciano Heiras
Musicas: Jardel Muniz e Luiz
Lopes
Arranjos: Dalton Coelho
Coreografias: Anacleto Alves
Preparação Vocal: Juliana Veronezi
Iluminação: Anderson Ratto
Direção de Produção: Fabricio Chianello
Produção Executiva: Lucas Mansor
Produção Executiva: Lucas Mansor
Assistente de Produção: Pedro Martins
Programação Visual: Dominos Santana
Assessoria de Imprensa: Fábio Amaral
Realização: Ymbú Entretenimento e R&A Produções
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