quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tudo por um PopStar (RJ)

Jullie, Larissa Bougleux, Thati Lopes e Thais Belchior
brilham no elenco de "Tudo por um PopStar"
Foto: divulgação

Excelente!

A Aventura Entretenimento estreou nesse último final de semana seu segundo grande musical de 2013. “Tudo por um PopStar” tem exatamente tudo o que o primeiro não tem: um excelente texto roteiro de Gustavo Reiz, adaptando o primeiro livro da best seller Thalita Rebouças, uma direção ágil de Pedro Vasconcelos, um repertório vibrante (direção musical de Jules Vandystadt) que conclama a plateia a cantar a bater palmas junto com os cantores e, sobretudo, de ótimos a excelentes trabalhos de interpretação. “Tudo por um PopStar” é, sim, assumidamente uma peça voltada para o público adolescente. Mas, como também acontece com o teatro infantil, os elogios lhe recaem porque ela consegue resgatar nos adultos o adolescente que ainda existe dentro deles. Eis aí um grande espetáculo! 

Nos primeiros dez minutos, o público já sabe qual é a história, o que está por acontecer, quem são os personagens, o que eles querem. Está claro que haverá um final feliz, mas esquecer disso é uma opção que o espectador faz em prol da boa fruição: queremos saber como as heroínas atingirão o seu objetivo. Manu (Jullie), Ritinha (Larissa Bougleux) e Gabi (Thati Lopes) descobrem que seus ídolos, a banda Slava Body Disco Disco Boys, está vindo para o Brasil e fará apresentações no Rio e em São Paulo. Menores de idade e moradoras do distante município de Resende, como elas farão para 1) convencer seus pais a irem ao show; 2) conseguir dinheiro para viagem, hospedagem e ingressos; e 3) ficarem o máximo possível pertinho de seus ídolos? Aí o drama incia e a plateia começa torcendo por elas. Surge Babete (Thais Belchior), prima mais velha de Manu, e que poderá ajudá-la, mas os desafios seguem. O carro não funciona, a Dona Eulália (Suely Franco) que ficou de leva-las ao Maracanã se atrasa e os problemas continuam aparecendo. Ou seja, habilmente, Reiz entende que quanto mais desafios houver que distanciem o herói da conquista de seu objetivo, mais interessante fica a história, pois é justamente a driblagem desses obstáculos que fortificam os protagonistas, fazendo deles personagens realmente dignos de nossa admiração. 

Pedro Vasconcelos expõe na sessão de estreia (para convidados) um espetáculo com excelente ritmo. A história flui rápida e naturalmente em um ótimo jogo entre os atores e o público e entre os diálogos e o vídeo. O texto é coberto de piadas engraçadíssimas, com participações virtuais do Chapolim, de Suely Franco, Marcia Cabrita e de um filhote de cachorro com cara de “pidão”. O fusca verde Maneco reforça o carisma, os jornalistas de vários estados brasileiros apresentam a força da banda visitante, e a narração da própria Thalita Rebouças é bastante bem articulada com a narração. 

O trabalho de interpretação apresenta grandes jovens atrizes. Jullie, Bougleux, Lopes e Belchior, as protagonistas, ganham o público, dominando o palco com força, conteúdo, clareza e graça. Os demais atores, em participações menores, também acompanham no mesmo sentido e em igual positivo valor. O conjunto levanta a plateia que não sente passar os noventa minutos da narração.

São bastante positivos o figurino de Claudio Parreiras, apresentando bem os personagens e colorindo a história com as figuras criadas pelo texto e pela encenação. Na mesma direção, a iluminação de Luciano Xavier aumenta o tamanho do palco, invade a plateia e conta a história junto com os diálogos e a movimentação. São vivas as coreografias de Alan Rezende, dando forma para a direção musical e os arranjos de Jules Vandystadt, que inclui no repertório de músicas de várias décadas que une a plateia em côro. O único senão da produção é o cenário de Ronald Teixeira que não diz a que veio com as letras emoldurando a rotunda/tela de exposição. 

Thalita Rebouças resgata no público de todas as idades o amor e a admiração por seus ídolos. Depois dos trinta, como jornalista, eu acompanhei por três dias jovens de todas as idades, vindo de todos os estados brasileiros, acamparem em frente ao Hotel Fasano para ter a oportunidade de ver pessoalmente um simples aceno da Lady Gaga no final do ano passado, quando ela veio se apresentar no Brasil. O choro, a dificuldade, a determinação em gritar o nome da estrela, de pedir encarecidamente aos motoristas que passavam de buzinar para que isso chamasse a atenção da ilustre hóspede, o sacrifício em prol de um sonho. Longe de qualquer preconceito, a imagem emociona e é isso que está na história de Rebouças. Mas há algo mais: a força incomparável na vida de todos e de cada um de termos amigos de verdade. Bravo! 

*

Ficha técnica

Direção: Pedro Vasconcelos
Roteiro: Gustavo Reiz
Co-direção: Marco Bravo

Elenco: Christian Villegas, Gabi Porto, Igor Pontes, Jullie, Larissa Bougleux, Marco Bravo, Raphael Rossatto, Rosana Chayin, Thais Belchior e Thati Lopes

Músicos: Lancaster Lopes (contrabaixo), Léo Bandeira (bateria) e Tony Lucchesi (piano)
Iluminação: Luciano Xavier
Cenário: Ronald Teixeira
Figurinos: Cláudio Parreiras
Direção de Produção: Aniela Jordan
Supervisão de roteiro: Thalita Rebouças
Direção Musical: Jules Vandystadt
Desenho de som: Claret
Coreografia: Alan Rezende

2 comentários:

  1. Me senti com 13 anos de novo assistindo ao musical! Uma delícia! E é o primeiro musical que assisto que cantar junto com os atores é quase obrigação, hehe

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  2. Ótimo espetáculo. As adolescentes adoram e os adultos ficam com aquele sorrisinho no canto da boca e uma vontade enorme de cantar junto. As músicas foram muito bem escolhidas e a interpretação dos atores não peca em nada vocalmente. Vale muito a pena.

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