Maria Clara Gueiros é um acerto da produção |
Foto: divulgação
Fraco
“A garota do adeus” não chega a ser
um espetáculo ruim, mas é fraco. Apesar das boas interpretações dos atores
protagonistas (Maria Clara Gueiros, Edson Fieschi e Luisa González), o ritmo da
narrativa é lento demais e permanece assim durante todo o período da encenação.
Qualquer um que conheça os enlatados da Sessão da Tarde, há de prever o final
da história desde a sua primeira cena, ainda que, próximo do final, a
possibilidade (e é só uma possibilidade) de uma mudança significativa surja.
Maria Clara Gueiros é um grande acerto da produção de Luciano Borges e Edson
Fieschi, uma vez que o tom naturalmente cômico da intérprete (bastante bem
dosado) garante positivamente um impulso que motiva o espectador continuar
assistindo à peça. Em cartaz no Teatro do Fashion Mall, no Rio de Janeiro, “A
garota do adeus” poderá passar despercebido.
Escrito para o cinema pelo americano
Neil Simon (1927) em 1977, “A garota do adeus” virou peça de teatro em 1993,
quando pelo mundo iniciava o auge das comédias românticas. Gueiros interpreta a
mãe de Sofia (González), uma menina que torce pela felicidade da mãe. A peça
começa quando o namorado da mãe parte, deixando uma carta de despedida. Em seu
lugar, virá morar um desconhecido (Fieschi), com quem mãe e filha passarão a
conviver até que encontrem outro lugar para ficar. As brigas iniciais apontam
para um romance que inevitavelmente irá surgir entre os dois. Como o
ex-namorado, o novo morador também é ator. Em meio às cenas do apartamento,
vemos a tentativa de conseguir emprego tanto por parte da personagem de Gueiros
como do de Fieschi. Lentamente o público vai acompanhando o relacionamento
entre os dois, sem novidades. Com um trabalho que exige pouco, não há
destaques. Naturalmente, González chama a atenção, como qualquer criança o
faria em cena. Como se disse no parágrafo acima, as interpretações são
positivas, com exceção das de Clara Garcia e de Sérgio Maciel, em papéis
menores, mas com maus resultados principalmente por conta do péssimo uso da
voz.
A trilha sonora de Marcelo Alonso
Neves é o ponto alto da produção. O público sai do teatro assobiando a bela
canção-tema composta para o espetáculo que embala positivamente a narrativa. Já
o cenário de José Dias, cheio de detalhes, reforça o realismo, mas causa
entraves na movimentação o que pode ser responsável também pelo mal andamento
do ritmo. O figurino de Fábio Namatame e a iluminação de Paulo César Medeiros
estão a contento.
Dirigida por Elias Andreato, “A
garota do adeus” é uma produção digna que merece aplausos pelo seu esforço em
primar pela qualidade estética. A história e o ritmo com que ele é contada são
seu maior problema.
*
Ficha
técnica:
Texto:
Neil Simon
Produção
e adaptação: Edson Fieschi
Direção:
Elias Andreato
Diretor
Assistente: André Acioli
Produção
geral: Luciano Borges
Elenco:
Maria Clara Gueiros, Edson Fieschi, Luisa González, Clara Garcia e Sérgio
Maciel
Cenografia:
José Dias
Figurinista:
Edson Namatame
Iluminação:
Paulo César Medeiros
Criação
Musical: Marcelo Alonso Neves
Produção
de elenco: Marcela Altberg
Coach
Luisa González: Clara Garcia
Maquiagem:
Ítalo Sant`Ana
Design
Gráfico: Fuego Comunicação Criativa
Assessoria
de Imprensa: Uns Comunicação
Gerente
de Produção: Nilza Guimarães
Produção
Executiva: Monica Farias
Assistente
de produção: Chayanna Ferreira
Operador
de Som: Guilherme Azevedo
Operador
de Luz: Evandro Oliveira
Produtores
Associados: Luciano Borges e Edson Fieschi
Realização
Borges & Fieschi Produções Culturais
Concordo com o critico, ontem fui ver a peça e realmente sai decepcionado, quem já viu a Gueiros em outras atuações nao a reconhece, realmente nao vale a pena!
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