quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A garota do adeus (RJ)

Maria Clara Gueiros é um acerto da produção

Foto: divulgação

Fraco

            “A garota do adeus” não chega a ser um espetáculo ruim, mas é fraco. Apesar das boas interpretações dos atores protagonistas (Maria Clara Gueiros, Edson Fieschi e Luisa González), o ritmo da narrativa é lento demais e permanece assim durante todo o período da encenação. Qualquer um que conheça os enlatados da Sessão da Tarde, há de prever o final da história desde a sua primeira cena, ainda que, próximo do final, a possibilidade (e é só uma possibilidade) de uma mudança significativa surja. Maria Clara Gueiros é um grande acerto da produção de Luciano Borges e Edson Fieschi, uma vez que o tom naturalmente cômico da intérprete (bastante bem dosado) garante positivamente um impulso que motiva o espectador continuar assistindo à peça. Em cartaz no Teatro do Fashion Mall, no Rio de Janeiro, “A garota do adeus” poderá passar despercebido.
            Escrito para o cinema pelo americano Neil Simon (1927) em 1977, “A garota do adeus” virou peça de teatro em 1993, quando pelo mundo iniciava o auge das comédias românticas. Gueiros interpreta a mãe de Sofia (González), uma menina que torce pela felicidade da mãe. A peça começa quando o namorado da mãe parte, deixando uma carta de despedida. Em seu lugar, virá morar um desconhecido (Fieschi), com quem mãe e filha passarão a conviver até que encontrem outro lugar para ficar. As brigas iniciais apontam para um romance que inevitavelmente irá surgir entre os dois. Como o ex-namorado, o novo morador também é ator. Em meio às cenas do apartamento, vemos a tentativa de conseguir emprego tanto por parte da personagem de Gueiros como do de Fieschi. Lentamente o público vai acompanhando o relacionamento entre os dois, sem novidades. Com um trabalho que exige pouco, não há destaques. Naturalmente, González chama a atenção, como qualquer criança o faria em cena. Como se disse no parágrafo acima, as interpretações são positivas, com exceção das de Clara Garcia e de Sérgio Maciel, em papéis menores, mas com maus resultados principalmente por conta do péssimo uso da voz.
            A trilha sonora de Marcelo Alonso Neves é o ponto alto da produção. O público sai do teatro assobiando a bela canção-tema composta para o espetáculo que embala positivamente a narrativa. Já o cenário de José Dias, cheio de detalhes, reforça o realismo, mas causa entraves na movimentação o que pode ser responsável também pelo mal andamento do ritmo. O figurino de Fábio Namatame e a iluminação de Paulo César Medeiros estão a contento.
            Dirigida por Elias Andreato, “A garota do adeus” é uma produção digna que merece aplausos pelo seu esforço em primar pela qualidade estética. A história e o ritmo com que ele é contada são seu maior problema.

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Ficha técnica:

Texto: Neil Simon
Produção e adaptação: Edson Fieschi
Direção: Elias Andreato
Diretor Assistente: André Acioli
Produção geral: Luciano Borges
Elenco: Maria Clara Gueiros, Edson Fieschi, Luisa González, Clara Garcia e Sérgio Maciel
Cenografia: José Dias
Figurinista: Edson Namatame
Iluminação: Paulo César Medeiros
Criação Musical: Marcelo Alonso Neves
Produção de elenco: Marcela Altberg
Coach Luisa González: Clara Garcia
Maquiagem: Ítalo Sant`Ana
Design Gráfico: Fuego Comunicação Criativa
Assessoria de Imprensa: Uns Comunicação
Gerente de Produção: Nilza Guimarães
Produção Executiva: Monica Farias
Assistente de produção: Chayanna Ferreira
Operador de Som: Guilherme Azevedo
Operador de Luz: Evandro Oliveira
Produtores Associados: Luciano Borges e Edson Fieschi
Realização Borges & Fieschi Produções Culturais

Um comentário:

  1. Concordo com o critico, ontem fui ver a peça e realmente sai decepcionado, quem já viu a Gueiros em outras atuações nao a reconhece, realmente nao vale a pena!

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