Foto: divulgação
Uma
sobremesa muito saborosa, mas que não enche os olhos
Dirigido
por Ernesto Piccolo, o texto de Maria Letícia, é fluente. A história da vida do
ator Emiliano Queiroz, que com esta montagem celebra os seus 60 anos de
carreira, é contada de forma surpreendentemente ágil, potente e interessante.
Há diminuições no ritmo nas cenas mais densas e há corridas nas passagens mais
cômicas. Com extrema habilidade, no palco, há um show de grande talento
resultando também de larga e comprovada experiência tanto no que diz respeito
dos atores protagonistas quanto da direção.
"Olá.
Eu sou Emiliano Queiroz, tenho 76 anos de idade e 60 de ofício" – é
assim que começa o espetáculo que pode ser encarado como uma aula de teatro
brasileiro. São 76 anos de história em setenta minutos de narrativa cênica. Lá
estão trechos de montagens famosas, como “Navalha na Carne”, “Dois Perdidos
Numa Noite Suja” e “Ópera do Malandro”, além de cenas que remetem à história da
televisão, com referências à Glória Magadan, Janete Clair e Dias Gomes, entre
outros. Do início da vida do ator aos seus últimos trabalhos no teatro, no
cinema e na televisão, ao público é oferecido um panorama da história do país,
das dificuldades de se conseguir sucesso na carreira como ator, além de
detalhes da vida pessoal de Emiliano Queiroz, que fazem rir e fazem enternecer.
Emiliano
Queiroz e Ivone Hoffmann dão um show de interpretação nos diversos personagens
que constroem. Suas participações trazem vida à cena e são responsáveis pelo
excelente ritmo narrativo já destacado. Ana Queiroz, mas, sobretudo, Antônio
dos Santos, no entanto, nem de longe conseguem os mesmos bons resultados
infelizmente. Também infelizmente os elementos visuais contidos no espetáculo
não são dignos da história que se conta e da forma como ela é contada. Os
figurinos de Rosa Magalhães não parecem figurinos, mas roupas improvisadas para
o espetáculo, sem o menor estudo sobre paleta de cores, texturas e movimento. O
cenário, duas “cadeiras”, é igualmente feio, também dando a impressão de que
não foi esteticamente planejado. O desenho de iluminação é pobre e sem
informação e a trilha sonora é esquecível. As projeções são pobremente editadas
e a programação visual também não valoriza o espetáculo. A sobremesa, assim,
bastante saborosa, mas não é agradável de olhar, o que é uma pena.
FICHA TÉCNICA:
Recebeu o Prêmio Montagem Cênica
2011, tem o patrocínio da Petrobrás - viabilizado por meio da Lei
Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro - Governo do Rio de Janeiro
e Secretaria de Estado de Cultura.
Elenco: EMILIANO QUEIROZ, ANTONIO
DOS SANTOS E ANA QUEIROZ
Participação especial: IVONE
HOFFMANN
Texto: MARIA LETÍCIA
Direção: ERNESTO PICCOLO
Cenário e figurinos: ROSA MAGALHÃES
Iluminação: AURÉLIO DE SIMONI
Trilha original: FERNANDO MOURA
Preparação corporal: MÁRCIA RUBIN
Produção: ESTÚDIO PESQUISA E
CRIAÇÕES ARTÍSTICAS
Informações para a imprensa:
ANGELA FALCÃO COMUNICAÇÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem-vindo!