segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A Partilha (RJ)

Foto: divulgação

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“A Partilha” não é apenas o ponto alto da carreira de Miguel Falabella como dramaturgo. Para quem não sofre de preconceito com comédias, eis aí um dos pontos altos da dramaturgia brasileira contemporânea. Escrito e produzido em 1990, o espetáculo ficou seis anos em cartaz, passando por diversos estados brasileiros e por 12 países. O texto, por sua vez, virou filme na direção de Daniel Filho e ganhou continuação no teatro (“A Vida Passa”). Retorna agora, lotando o Teatro Oi Casa Grande com toda a merecida pompa e circunstância que o teatro brasileiro merece ter. 

Quatro irmãs: Maria Lúcia (Arlete Salles) mora em Paris e sofre a culpa de, talvez, não ter sido uma boa mãe para o seu filho com o primeiro marido. Regina (Susana Vieira) está solteira e desempregada após várias tentativas de relacionamento e profissão, buscando na espiritualidade a paz interior. Selma (Patrícya Travassos) mora na Tijuca e sofre a opressão de um marido militar que a deixa com baixa auto-estima. Laura é doutoranda em sociologia e a mais introvertida entre as quatro irmãs que, agora, se reencontram por ocasião do falecimento da mãe. É hora de vender os móveis, os objetos de arte, o apartamento onde todas nasceram e cresceram. Mas, na boca da personagem Regina, Falabella avisa: A Partilha de verdade só começa depois. 

O elenco, em conjunto e individualmente, está excelente. Atrizes com larga experiência, todas estão à vontade nos papéis, tirando dos personagens o seu melhor. A direção de Falabella corre agilmente, fazendo gargalhar e enternecer. O texto foi escrito e é dito cheio de nuances, de forma que temas mais profundos são tratados com leveza, mas não com menos seriedade. 

O cenário e o figurino de Beli Araújo e de Sônia Soares desempenham bem as suas funções: ilustrar, redundar, apontar para a história que precisa correr livre e sem entraves. Nos detalhes, está o seu mérito: a parede envelhecida, o lenço na cabeça. No mesmo sentido e com igual positivo resultado, agem a iluminação e a trilha sonora de Paulo César de Medeiros e de Gabriel D`Ângelo. 

Relações são feitas de histórias e ninguém faz história sozinho. Qualquer um que tenha compartilhado a vida ou parte dela seja com irmãos, namorados ou amigos conhece o valor das lembranças compartilhadas na constituição da identidade de cada um. É criando raízes nos corações dos outros que vamos nos aproximando e nos distanciando, sendo, enfim, humanos. 


Ficha técnica: 

Texto e Direção: Miguel Falabella 

ELENCO: 
Arlete Salles 
Susana Vieira 
Patricya Travassos 
Thereza Piffer 

Iluminação: Paulo César Medeiros 
Cenário: Beli Araújo 
Figurinos: Sonia Soares 
Projeto de Som: Gabriel D’angelo 
Programação Visual: Vicka Suarez 
Design de Vídeo: Eduardo Chamon 

Gerente de Produção: Ana Cury 
Produção Executiva: Sabrina Isnard e Theréze Bellido 
Assistente de Produção: Romero Monteiro 
Captação de Apoio: Gheu Tibério 
Assistente Captação de Apoio: Adriana Albuquerque 
Fotos Estúdio: Robert Schwenck 
Foto de Cena: Paula Kossatz 
Assessoria de Imprensa: Uns Comunicação - Alan Diniz e Sidimir Sanches 

Operador de Som: Gabriel D’angelo 
Operador de Luz: Valdeci Correia 
Diretor de Palco: Gerson Porto 
Contra regra: Mário Jorge Costa 
Camareira: Alyzandra Pessanha “Pequena” 

EQUIPE: 
Assistente de Direção: Gustavo Klein 
Assistente de Cenografia: Marieta Spada 
Assistente de Figurino: Juliana Barja 
Costureira: Raquel Castro

Um comentário:

  1. Estou louco para assistir a peça. O texto é muito inspirador pra mim e concordo quando diz que é "um dos pontos altos da dramaturgia brasileira contemporânea."

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