sábado, 26 de dezembro de 2020

As bodas de Rapunzel (RJ)

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Foto: divulgação

                                         

Rachel Palmeirim e Ricardo Lyra Jr.

Nitereoinse Artecorpo Teatro e Cia. embeleza programação no principal evento teatral de sua cidade

O belo “As bodas de Rapunzel”, da Artecorpo Teatro e Cia., participou lindamente do 13º Festival Niterói Em Cena. O espetáculo dirigido por Rachel Palmeirim apresenta de modo encantador a história popularizada pelos Irmãos Grimm sob outra perspectiva. Nesta narrativa, quando a personagem-título e o Príncipe Encantado vão comemorar o 200º aniversário de casamento, surge a bruxa Gothel, o que motiva uma volta dos personagens ao passado. Com belas interpretações de Eliane Lugatti, de Ricardo Lyra Jr. e de Palmeirim, a peça conta também com a trilha sonora tocada ao vivo por Renato Badeco, que assina a direção musical. É um ótimo espetáculo para as crianças e para suas famílias. 

Campânulas

O nome Rapunzel tem a ver com uma pequena flor do campo cientificamente chamada de campanula rapunculus, ou simplesmente campânula. Trata-se de uma flor roxinha que muito provavelmente muita gente já viu por aí. Nos contos dos Irmãos Jacob (1785-1863) e Willhelm (1786-1859) Grimm, publicados em 1812, a história de Rapunzel e da Senhora Gothel aparece em uma versão que ficou muito célebre. Ela porém já era uma conhecida lenda que, ao longo dos anos, ganhou também outras várias abordagens. Entre elas, destaca-se a da norte-americana Serena Valentino, publicada no livro “Mother knows best: a tale of the old witch” (“Mais sabe melhor: um conto de uma velha bruxa”, em livre tradução minha). 

Em resumo, Gothel seria uma entre três bruxas cujo poder da mãe delas verdadeiramente se encontrava no seu sangue. Após mil aventuras em que a mãe e as irmãs de Gothel morrem e ela fica só, surge a importância da campânula na feitura de uma poção mágica capaz de curar pessoas doentes ou mesmo faze-las voltar à vida. Em sua solitária velhice, Gothel vê um homem roubar as belas campânulas do seu jardim e, então, descobre que o furto tem a ver com a gravidez da esposa dele. Gothel promete salvar a vida da esposa, mas exige que ele lhe dê o bebê, o que acaba não acontecendo. E quem assistir a “As bodas de Rapunzel” vai descobrir qual é a versão de Rachel Palmeirim e de Eliana Lugatti para o desfecho dessa história.


13o Festival Niterói Em Cena

O espetáculo, que estreou na primavera de 2014, é lindo em todos os aspectos, mas vale destacar o modo como ele ocupa o espaço e o tempo com excelente uso do cenário, do figurino, das canções e do desenho de luz. Os usos revelam criatividade e bom gosto, mas também inteligência e delicadeza. O signo das famosas “tranças de Rapunzel” dá unidade para o todo nos vários ambientes do cenário. O único elemento que fica estranhamente faltando é o “raponso”, que é como essa versão chama o legume cultivado por Gothel (e que acima foi referido como sendo a flor campânula). Na encenação, o raponso é a única coisa que só é expressa por meio de gestos, quebrando a coerência estética da proposta como um todo. 

O mais bonito de “As bodas de Rapunzel” é a mensagem de que todos temos nossas histórias e nelas habitamos e habitaremos para sempre. Com esse espetáculo, a niteroiense Artecorpo Teatro e Cia. fez ótima participação no principal evento teatral de sua cidade. Parabéns! 

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Ficha Técnica
Realização: Artecorpo Teatro e Cia
Texto: Irmãos Grimm
Adaptação: Rachel Palmeirim e Eliana Lugatti
Direção: Rachel Palmeirim
Elenco: Eliana Lugatti, Rachel Palmeirim, Ricardo Lyra Jr e Renato Badeco.
Cenário: O grupo
Figurinos e Adereços: Eliana Lugatti
Direção musical: Renato Badeco
Iluminação: Ricardo Lyra Jr.
Operador de Luz: Hebert Said
Operadora de som: Hilneti Vargas
Direção de Produção: Cida Palmeirim e Rachel Palmeirim
Assistente de Produção: Junior Garcia

Duração: 55 minutos
Link: @artecorpoteatro

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