sábado, 1 de junho de 2013

Felicidade (RJ)

Bruno Bacelar em ótimo trabalho
de interpretação
Foto: divulgação

A plateia reage agradecida

“Felicidade” é um bom espetáculo que trata sobre a importância de fazer bem a nós mesmos, agirmos em prol da nossa boa sobrevivência, de nos auto-defendermos contra tudo aquilo que possa impingir em nós sabores que não sejam os nossos. Criado e dirigido por Cristina Fagundes, a narrativa parte de um lugar bastante simples e muito valoroso. Quatro pessoas ganham a chance de reviver as últimas vinte e quatro horas que antecederam suas mortes e buscar, nesse período, a felicidade que, em vida, não encontraram. Caso a encontrem, ver-se-ão livre da sentença até que outro momento seja chegado. Um homem precisa libertar-se dos grilhões que o casamento com uma mulher mais rica lhe trouxe, uma senhora quer encontrar-se com o seu amor, um artista quer fazer sucesso, uma menina quer obter o perdão de sua mãe. As cenas são rápidas, a carpintaria cênica parte de acordos já bem conhecidos, a narrativa flui bastante a contento. Propondo-se a pouco, o grupo consegue muito. Ao final, a plateia reage de forma vibrante porque agradecida. 

Os atores Ana Paula Novellino, Bruno Bacelar, Jorge Neves e Renato Albuquerque não trocam de figurinos, mas trocam de personagens, dando a ver construções diferentes e bons trabalhos de interpretação, sobretudo Neves e Bacelar. O público entende facilmente que, apesar de não haver mudança de roupas ou de cenário, as quatro narrativas evoluem internamente, mas também na relação com as demais, produzindo um final que, de alguma maneira, é surpreendente. O palco é praticamente vazio, o que permite um ótimo ritmo, esse bastante bem conduzido por Fagundes, assistida por Maíra Kestenberg. As construções manifestam bons usos dos movimentos, das tonalidades da voz, do repertório gestual, de forma que o todo é bem articulado, o que explica o sucesso da produção que esteve em cartaz no Teatro Maria Clara Machado. 

São bastante positivos os usos dos poucos elementos cenográficos (Paulo Denizot e Janaína Wendling) e das indicações de figurino (Luana Monteiro) que situam os personagens protagonistas. Os destaques vão para a trilha sonora de Flávia Belchior e de Cristina Fagundes e para o desenho de iluminação de Paulo Denizot, que movimentam a dramaturgia de forma mais que ilustrativa, mas complementar. 

Os temas mais simples, por vezes, são os mais difíceis de serem tratados em função do desafio dos clichês. É interessante ver, como aqui, o resultado de uma pesquisa que enfrenta as barreiras e as vence positivamente. 

*

FICHA TÉCNICA:
Texto e Direção: Cristina Fagundes
Elenco: Ana Paula Novellino, Bruno Bacelar, Jorge Neves e Renato Albuquerque
Participação especial em off: Clarice Niskier
Assistência de Direção: Maíra Kestenberg
Direção de Movimento: Duda Maia
Produção: Herton Gustavo
 Iluminação: Paulo Denizot
 Cenografia: Paulo Denizot e Janaína Wendling
 Operação de luz e assistência de iluminação: Daniel Ramos
Trilha: Flávia Belchior e Cristina Fagundes
Figurino: Luana Monteiro
Assessoria de Imprensa: Lyvia Rodrigues
Programação Visual: Leonardo Miranda
Assistência de Programação Visual: Nina Lopes

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