sábado, 27 de janeiro de 2018

Os homens do triângulo rosa (RS)

No instagram: @criticateatral
Foto: Luciane Pires

Marcelo Adams e Frederico Vasques

Uma cópia mal feita e não-autorizada de “Bent”

“Os homens do triângulo rosa”, novo espetáculo da Cia. Teatro Ao Quadrado, é, na verdade, uma versão reduzida e não-autorizada de “Bent”, do americano Martin Sherman. Sem consultar o autor, passando por cima de uma série de questões importantes na obra original e dando uma pinta de adaptação ao se dizer baseada também outras obras, o espetáculo dirigido por Margarida Peixoto se inclui na grade de programação teatral porto-alegrense de maneira muito estranha. Há excelentes interpretações de Marcelo Adams e de Frederico Vasques e não menos valorosos figurinos de Antônio Rabadan e, por causa deles e das boas intenções da temática, talvez valha a pena ver quando estiver de novo em cartaz. A sessão aqui analisada foi apresentada no 19o Porto Verão Alegre, festival de artes cênicas de Porto Alegre que encerrará no próximo dia 8 de fevereiro, tendo trazido 78 espetáculos gaúchos ao público sul-brasileiro.

Distâncias entre “Bent” e “Os homens do triângulo rosa”
Escrito em 1978 e levado a cartaz, pela primeira vez, em Londres um ano depois, “Bent” foi o primeiro hit do norte-americano Martin Sherman, sendo “Rose” e “The boy from Oz” outras duas peças dele muito conhecidas, além do filme “Callas Forever”. O protagonista Max foi interpretado por Ian McKellen em West End e Richard Gere deu vida ao mesmo personagem na versão da Broadway em 1980. José Mayer assinou o papel na produção brasileira de 1981, essa que foi dirigida por Roberto Vignati e que tinha também no elenco Tonico Pereira como Horst e Ricardo Blat como Ruddy. Em 2007, dirigido por Luiz Furlanetto, o texto ganhou nova montagem oficial, tendo Augusto Zacchi e Gustavo Rodrigues como Max e Horst respectivamente. No cinema, a versão dirigida pelo galês Sean Mathias, teve Clive Owen no papel protagonista e Mick Jagger no de Greta. 

O adjetivo “bent” é uma expressão pejorativa que servia, antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), para descrever um estado aéreo ocasionado pelo uso de drogas e de álcool. Nos anos 20, na Europa, com a explosão do consumismo sob influência norte-americana através do teatro, do cinema e da música principalmente, o uso de substâncias alucinógenas esteve intimamente associado a comportamentos sexuais desregrados. Popularizaram-se os cabarés, a dança moderna, roupas mais curtas e a atividade sexual com vários parceiros e parceiras. A palavra “bent”, então, passou a ser sinônimo de homossexual ao lado de “gay”, “queer” ou “fluffer”, “faggot”, “dyke”, “fairy”, similares ao que temos em português como “bicha”, “viado”, “sapatão”, “puto”, “fanchona”, etc. Nesse sentido, ao nomear seu texto com a expressão “bent”, Martin Sherman quis, de modo muito pontual, associar a homossexualidade aos cabarés dos anos 20 e 30.

Mais do que sobre holocausto, mais do que sobre o amor – e esses dois temas são muito importantes – , “Bent” é sobre a força interna que os homossexuais têm dentro de si. Ela é uma das armas que eles têm para vencer as dificuldades e atravessar um mundo tão cheio de preconceito, pois fornece a quem a usa a possibilidade de ver o horizonte com outras perspectivas, essas talvez mais alegres, mais debochadas, mais felizes. Ao longo de todo o texto original, Sherman traça um percurso simbólico bastante significativo cujo mapa semântico é onde se apoia toda a sua visão acerca do tema. Aqui valerá recuperar esses sinais para se identificarem os problemas e os méritos da dramaturgia de “Os homens do triângulo rosa”.

O cabaré é o primeiro grande símbolo de “Bent”. Trata-se de um espaço alternativo onde tudo é possível: homens ficarem com homens, mulheres ficarem com mulheres, várias pessoas ficarem com várias pessoas. Pode-se ser gordo ou magro, artista ou militar, judeu ou cristão. As drogas, as bebidas, a música permitem que, em seu interior, haja um acordo tácito que estabelece que não há regras, mas liberdade. “Bent”, como também os célebres musicais “Cabaret” (1966) e “Victor ou Victoria” (1982), começa com uma despedida desse universo no contexto do fim da República de Weimar no período da ascensão de Hitler como chanceler alemão. A explosão de alegria desse ambiente serve como espelho invertido do que se vai ver depois. E é nesse contexto que aparece Greta (ou o inesquecível Mestre de Cerimônias de Joel Grey), cuja dor em seu olhar vem causada pela previsão de que tudo ali já acabou.

Em “Os homens do triângulo rosa”, isso não acontece. No original, Greta é um travesti, isto é, um homem que se veste de mulher. O contexto não tem a ver apenas com uma questão de orientação sexual ou de expressão de identidade, mas com a marca da fantasia: a possibilidade de ser outra pessoa e de se utilizar desse personagem para resolver questões internas. Na montagem da Cia. Teatro Ao Quadrado, Greta vem defendida por uma atriz cisgênero (Gisela Habeyche), o que inegavelmente destrói diversos níveis essenciais de significação da personagem. Demora muito e não fica de todo claro de que se trata de uma mulher interpretando um homem que está vestido de mulher, mas, sim, uma mulher vestida de mulher. Pior do que isso, Greta daqui não traz nenhuma maldição, mas apenas um colorido engraçadinho na abertura da peça que não servirá para nada ao longo de toda a sua narrativa a não ser alongá-la em péssimo ritmo.

“Bent” realmente começa na casa de Max e de Rudy no amanhecer depois de uma noite de orgias. O diálogo de abertura serve para evidenciar a exuberância das conquistas dos homossexuais na sociedade da época. Havia, sim, na Alemanha, diversos artigos legais que não promoviam um ponto de vista jurídico igualitário entre pessoas de orientações sexuais diferentes. No entanto, a cena quer afirmar que se tratava de uma sociedade relativamente aberta considerando a dureza do período naquele país sofrido depois de ter perdido a Primeira Guerra Mundial. Na noite anterior, Max havia chamado diversos homens para uma orgia sexual em sua casa - que ele dividia com o namorado Rudy - regada à cocaína. Um deles, Wolfgang Granz, ainda está lá quando ouvem-se batidas à porta. De início, pensa-se que é o senhorio que veio cobrar-lhes o aluguel atrasado, mas todos estão enganados. São agentes da SS, o Esquadrão de Proteção dos altos oficiais nazistas, a elite da milícia partidária. Eles vieram atrás do jovem hóspede de Max porque descobriu-se uma relação afetivo-sexual entre ele e Karl Ernst (1904-1934), esse último um alto oficial ligado a Ernest Röhm (1887-1934), braço direito de Hitler, além de co-fundador e chefe da SA, a Tropa de Choque do Partido Nazista. No episódio histórico que ficou conhecido como “A noite das facas longas”, entre 30 e 1o de julho de 1934, vários oficiais da SA foram mortos, incluindo Röhm e Ernst, reconhecidos publicamente como homossexuais. Como testemunhas do crime, Max e Rudy precisavam fugir.

Em Berlin, todas as conquistas sociais da República de Weimar foram abolidas com o advento do Terceiro Reich. A Alemanha se tornou um lugar inóspito para vários grupos, incluindo os gays. A partir da aprovação do artigo 175 do Código Penal da Alemanha Nazista (que só foi revogado em 1994, sessenta anos depois!), ficou proibida qualquer relação sexual entre homens (não entre mulheres), bem como qualquer atividade que promovesse isso de alguma forma. Ao abandonar a própria casa para salvar a vida, Max e Rudy descobrem quem denunciou o paradeiro de Wolfgang Granz e como se deu essa delação. A mudança no ambiente fica ainda mais terrivelmente óbvia depois da conversa entre Max e seu tio Freddy, que arruma para o sobrinho meios dele fugir da Alemanha. Max se nega a sair do país sem seu namorado, dizendo-se responsável por ele. Um ano depois, ao acariciarem-se em público enquanto cantarolam a música “Streets of Berlin”, com a qual Greta abriu a dramaturgia, Max e Rudy são presos pela Gestapo, a polícia secreta do Partido Nazista, e enviados ao Campo de Concentração de Dachau, no sul da Alemanha.

Essa sequência de cenas surge relativamente frívola – e longa! - em “Os homens do triângulo rosa”. Rudy parece se divertir com o namorado e Wolfang juntos em sua casa, quando no original ele teme o fato de que o terceiro jovem é um militar. Pior do que isso, na versão da Cia. Teatro Ao Quadrado, parece que os dois protagonistas do quadro não percebem a seriedade da mudança política do país, o que reduz o ponto de vista da audiência sobre os motivos que impedem Max de partir. Não se trata de uma vontade de ficar junto do namorado, mas de uma certeza de que Rudy morrerá sem ele por perto. Dor similar também não se veem nas abordagens de Greta e de Tio Freddy, que aqui parecem ser meros floreios da narrativa, sem um aprofundamento crítico de todo um mundo que se desfalece diante de seus olhos. Há também um detalhe pequeno, mas grosso. Nessa produção, Max e Rudy são presos ao cantarolar “Over the rainbow”, mas essa canção só se tornou conhecida após 1939, com o filme “O mágico de Oz”, ou seja, quatro anos após o fato descrito na peça.

Outro símbolo importante para “Bent” surge no vagão do trem que levava os prisioneiros para o Campo de Concentração. Diante de Rudy, um oficial requisita seus óculos, dizendo que eles são um sinal de gente inteligente. Na cena anterior, ele havia reclamado para Max de que precisava de óculos novos, pois os seus já não estavam lhe ajudando a enxergar. O oficial exige que Rudy pise sobre as lentes, esmagando-as. De modo muito significativo, a visão comprometida do personagem fica destruída agora: aos regimes totalitários, não interessa que as pessoas vejam, pois a inteligência é prejudicial. De um modo horrível, Rudy desaparece da história, e essa é a primeira libertação de Max, que agora já não é mais responsável por alguém além dele próprio. O que aconteceu em seguida Max narra para Horst, um outro prisioneiro que assistiu a tudo de dentro do mesmo vagão. É Horst quem descreve para Max o significado dos símbolos costurados nos uniformes dos presos: uma estrela amarela para judeus, um triângulo vermelho para presos políticos, roxo para Testemunhas de Jeová, preto para antissociais e rosa, o nível mais baixo, para homossexuais. Com uma artimanha deplorável, através da qual se vê que os homossexuais estão abaixo dos pedófilos e dos assassinos, Max livra-se do triângulo rosa e ganha para si uma estrela amarela. Em “Os homens do triângulo rosa”, essa sequência recebe contribuição bastante positiva, porque quase não há alterações no texto original. O ritmo da cena permanece bom e todo o quadro se mantém em abordagem semanticamente potente.

Toda a segunda grande parte da peça acontece durante a estadia de Max no Campo de Concentração de Dachau. É lá que, “beneficiado” por vestir uma estrela amarela no peito, Max se sente novamente responsável por outra pessoa: Horst, que veste um triângulo rosa. Nesse trecho, tem lugar uma das cenas mais célebres da dramaturgia universal contemporânea, que é o quadro em que Max e Horst têm uma relação sexual sem se tocarem, usando unicamente as palavras e a mente. Através desse quadro, em uma ratificação de todo o ideário estético de Martin Sherman em “Bent”, fica expresso o seu interesse em pontuar que todas as agressões externas ao homem não são suficientes para destruir o que está dentro dele: a força capaz de tornar o homem incorruptível pelo menos no seu cerne. A Cia de Teatro Ao Quadrado mantém a cena íntegra apesar de não pagar os devidos tributos ao seu autor, o mesmo porém não se pode dizer sobre o que vem antes e depois dela.

Em “Os homens do triângulo rosa”, as interferências na dramaturgia afastam quase toda a segunda parte de “Bent” dos níveis mais importantes da construção do seu sentido. As cenas aparecem longuíssimas, com diálogos frouxos e em uma proposta que faz o contexto parecer uma tola oportunidade para DR (discussão de relacionamento). Na verdade, Dachau era um campo de concentração, um lugar onde o genocídio de Hitler se deu: o mais terrível episódio da história contemporânea da humanidade. O absurdo da situação vivida pelos personagens não tem nada a ver com o absurdo enquanto estética. Tornar Max e Horst efeitos linguísticos como os personagens de Beckett ou de Ionesco é quase uma agressão histórica. O resultado é uma pulverização do capital sensível da obra original.

É preciso reconhecer, pelo menos, a transformação do protagonista Max ao longo da narrativa. Ele se sente responsável por Rudy da mesma forma como se sente responsável por Horst e, quando ambos desaparecem, ele fica livre do encargo da existência alheia. O muda nele? A descoberta do amor. E é aí que o brilhantismo de Sherman surge em sua maior glória. A habilidade que “Bent” defende dos homossexuais em maquiar a realidade para enfrentá-la termina quando essa se vê diante do amor. Ao reconhecer-se amando, e de novo longe do ser amado, a vida já não faz sentido, a força perde a razão de existir. Max, como uma nova versão do cordeiro imolado, o protagonista se entrega à paixão: não como vítima do sistema, nem como algoz de si próprio, mas como responsável por si. E seu gesto final de coragem não tem nada a ver com o choro melodramático com que o Max de “Os homens do triângulo rosa” encerra sua atualização.

Méritos na interpretação de Marcelo Adams e de Frederico Vasques
A direção de Margarida Peixoto cumpre papel vital na transformação de “Bent” em “Os homens do triângulo rosa”. É dela - da direção - a responsabilidade de tornar a peça um espetáculo de duas horas e meia de duração, coberto de tempos mortos e afastado do texto original, ainda que lhe aproveite todas as falas, personagens e situações. Por outro lado, são seus os méritos pela excelente qualidade da cena de amor entre Max e Horst que se vê no palco, bem como da limpeza nas entradas e saídas do elenco dentro do tablado. Assim, por um turno, se a versão da Cia. Teatro Ao Quadrado surge gordurosa e sem profundidade, por outro, há que se dizer que é uma montagem limpa e equilibrada dentro da sua proposta.

As interpretações têm seus pontos altos e baixos. Gisele Habeyche defende sua Greta de maneira sofrível. Em primeiro lugar, como já se disse, é um personagem cuja ironia e acidez estão completamente apoiadas sob a égide do travestismo, o que, de antemão, impõe enormes desafios a uma atriz mulher cisgênero. Depois disso, nessa versão, ela surge em muitos momentos distintos da peça (Em “Bent”, a personagem só aparece na primeira parte.), cantando várias canções. Sem alcançar bem nem agudos, nem graves, a atriz desafina em muitos momentos e, na falta de um interlocutor mais claro (Greta, no original, vomita o seu canto para um mundo do qual ela se despede.), traz um discurso vazio. O sapato de salto alto imenso e a luz no rosto da atriz também lhe tiram segurança na mobilidade de maneira que a única coisa elogiável dessa participação é o seu figurino.

Pedro Delgado (Tio Freddy) e Edgar Rosa (Wolfgang Granz) oferecem construções sem profundidade que parecem resultantes de uma negativa inexistência de processo criativo. O caso do segundo é também, como em Habeyche, uma questão de casting, pois não se acredita que um ator de estatura mediana e moreno possa ser um oficial da SA em pleno florescer do Terceiro Reich. Alex Limberger (Oficial) defende bastante bem suas participações, mantendo uma voz imponente e um porte físico que valoriza o personagem. Gustavo Susin traz um Ruddy completamente original, mas que vence os desafios considerando o enorme carisma com o qual o ator lhe concebe. Há que se reclamar, porém, da ausência de curva dramática e da preferência por uma linha regular em que não há quebras, nem transformações nessa versão.

Frederico Vasques e Marcelo Adams conseguem com seus Horst e Max apresentar o que há de melhor em “Os homens do triângulo rosa”. Em Adams, que ganhou o Prêmio Braskem em Cena de Melhor Ator em 2015 por essa sua contribuição, há uma ironia deliciosa no início da peça que vai se tornando em uma seriedade cada vez mais obstinada. De modo belíssimo, vê-se o desenvolver do protagonista pelo atravessar das diversas situações às quais ele enfrenta. Em Vasques, que ganhou o Troféu Açorianos de Melhor Ator em 2014 por esse papel, há méritos de igual tamanho. Observa-se facilmente o modo sensível como seu Horst vai se abrindo para o amor de Max e o quanto um é importante para o outro em suas transformações. Eis dois grandes momentos dessa produção: ótimos usos das vozes, dos corpos, dos gestuais, da movimentação, das entonações.

Excelentes figurinos de Antônio Rabadan
O cenário assinado por Yara Balboni tem ótimo resultado na segunda parte da peça, mas parece perdido na abertura pela providência de espaços tão amplos quanto desformes. A trilha sonora, que foi indicada ao Troféu Açorianos de 2014, é composta por canções com melodias do célebre alemão Kurt Weill (1900-1950) e com letras escritas por Marcelo Adams. Defendida ao vivo por Elda Pires, eis um elemento belíssimo em cena que, embora não valorize a peça o suficiente, funciona muito bem em separado. O figurino de Antônio Rabadan é um dos melhores aspectos de “Os homens do triângulo rosa”. Merecem elogios, em especial, a caracterização de Greta e dos soldados pelo belíssimo cuidado com que eles aparecem em cena. O desenho de luz de Maurício Moura não tem destaques.

É muito possível que Martin Sherman não saiba para que lado do mundo fica Porto Alegre, mas isso não apaga o compromisso dos artistas locais em respeitá-lo enquanto artista criador. O direito à livre inspiração deve garantir a criação e não desculpar a redução e o vilipêndio do trabalho de outrem. Fica de “Os homens do triângulo rosa” a elogiosa intenção de colaborar com a dissipação de uma mentalidade homofóbica, os belos trabalhos de Marcelo Adams e de Frederico Vasques e o figurino de Antônio Rabadan, mas também o sinal do quanto “Bent” é uma peça que merece ser produzida na íntegra em nossos dias e na nossa cidade.

*

Ficha Técnica:
Direção: Margarida Peixoto
Dramaturgia: adaptação das obras literárias Bent, de Martin Sherman; Triângulo rosa: um homossexual no campo de concentração nazista, de Jean-Luc Schwab e Rudolf Brazda; e Eu, Pierre Seel, deportado homossexual, de Pierre Seel
Elenco: Marcelo Ádams, Frederico Vasques, Gustavo Susin, Gisela Habeyche, Alex Limberger, Pedro Delgado e Edgar Rosa
Instrumentista: Elda Pires
Figurinos: Antônio Rabadan
Cenografia: Yara Balboni
Trilha Sonora: Marcelo Ádams (Letras) Sobre Músicas De Kurt Weill
Iluminação: Maurício Moura
Operação de iluminação: Wagner Duarte
Maquiagem: Margarida Peixoto
Produção: Cia Teatro Ao Quadrado
Fotografias: Adriano Arantos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem-vindo!