sábado, 11 de junho de 2016

Elogio da paixão (RJ)

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Foto: divulgação


Adriano Garib e André Arteche

Vinícius de Moraes e Adriano Garib em espetáculo encantador

“Elogio da paixão” é a mais nova boa peça escrita e dirigida por Marcelo Pedreira. No elenco, Adriano Garib, André Arteche e Marina Palha apresentam uma história em que um reconhecido ator encomenda a um jovem dramaturgo um texto sobre a paixão em que possa se despedir da vida. Onze músicas de Vinícius de Moraes e vários trechos do alemão Friederich Nietzsche compõem a dramaturgia do espetáculo que dura mais de duas horas longamente. Os bons trabalhos de interpretação se equilibram com a narrativa batida, apresentando resultado positivo no todo. A produção esteve em cartaz no teatro do Centro Cultural dos Correios, no centro do Rio de Janeiro, até o último domingo, dia 5 de junho.

Pouco tempo depois da peça ter começado, o público já sabe quase tudo o que vai acontecer na narrativa. Embora isso nem sempre seja um problema, o desafio fica mais difícil de transpor no teatro quando a peça é muito longa. Charles (Adriano Garib) é um ator cujos problemas de saúde talvez o motivem a procurar por um dramaturgo que possa escrever sob sua encomenda uma última peça. É assim que Daniel (André Arteche), um jovem escritor de teatro, entra na história. Os dois são opostos: um é dado às emoções, às aventuras, ao viver intensamente. O outro é extremamente racional, equilibrado, pessimista. Charles tem uma filha, Fabiana (Marina Palha), com quem Daniel obviamente vai se relacionar. Dessa tese e dessa antítese, sairá uma síntese. E, desse modo, interessa ao espectador conferir como as coisas se darão.

O carisma de Adriano Garib
Recorrendo a filosofia e a poemas, os diálogos se alongam em um ritmo que começa devagar, evolui para lento, chega ao parado até beirar o insuportável. Tudo isso ressalta o mérito dos trabalhos de interpretação graças ao que o público não desiste. Marina Palha (a filha Fabiana), André Arteche (o escritor Daniel) e principalmente Adriano Garib (o ator Charles) apresentam construções bastante interessantes. Dentro das possibilidades, aproveitando as oportunidades e atendendo aos objetivos dos papeis, elas são fortes. A atuação de Garib, em enorme destaque, é responsável por dar vida ao marasmo da narrativa, espantando o tédio e fazendo a peça se aproximar da audiência positivamente.

Outro aspecto vibrante de “Elogio da paixão” é o modo como Felipe Habib concebe a direção musical. As canções de Vinícius de Moraes (1913-1980) que fazem parte da trilha, em ótimos arranjos, cabem à vontade na boca de Adriano Garib. Ele não é um exímio cantor, mas o modo sensual como interpreta as músicas faz seu personagem se tornar ainda mais carismático. Esse é o ponto alto da peça! Já o cenário e a iluminação de Paulo Denizot e os figurinos perdem a oportunidade de colaborar mais com a construção de quadros mais belos.

“Elogio da paixão”, apesar dos problemas de ritmo, é um espetáculo encantador!

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Ficha Técnica
Texto, Direção e figurino: Marcelo Pedreira
Elenco: Adriano Garib, André Arteche e Marina Palha
Direção Musical: Felipe Habib
Direção de Movimento: Duda Maia
Cenografia e Luz: Paulo Denizot
Assistência de Direção: Beatriz Bertu
Designer Gráfico: Thiago Ristow
Produção Executiva: Aline Mohamad
Direção de Produção: Marcelo Chaffin
Assessoria de Imprensa: Silvana Cardoso | Juliana Feltz (assistente)| Passarim Com & Mkt
Realização: Criaturas Criativas

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