quarta-feira, 25 de maio de 2016

Chuva (RJ)

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Foto: divulgação

Carlos Emílio Jacuá
Contos de Luiz Vilela inspiram bom espetáculo em cartaz

O ótimo “Chuva” é o primeiro espetáculo, no Rio de Janeiro, a partir de contos do mineiro Luiz Vilela. A montagem, produzida pelo grupo Tábula Rasa, é dirigida por Felipe Vasconcelos com o próprio no elenco, além de Ana Gawryszewski, Beatriz Castier e Carlos Emílio Jacuá, esse último em excelente trabalho de atuação. As cinco histórias tratam do intervalo entre o homem e o próximo, apresentando versões sobre o tema das relações humanas de modo muito interessante. A peça está em cartaz no Teatro Cândido Mendes, em Ipanema, na zona sul, até dia 9 de junho.

Direção meritosa!
Cinco contos de Luiz Vilela participam da dramaturgia do espetáculo. Em “Com seus próprios olhos”, um diretor de escola chama um aluno em sua sala a fim de checar se o segundo testemunhou o primeiro em atos libidinosos com outra criança. “Mosca morta” apresenta dois homens que se reencontram em um bar depois de muito tempo e que têm a oportunidade de resolver uma questão do passado. Em “Vazio”, espantada por ver o marido chegar do trabalho muito antes do horário normal, procura saber o que há com ele. No conto “Solidão”, a chuva impediu que uma mulher fosse ao cinema e, por isso, ela aparece inesperadamente na casa de um casal de vizinhos, fazendo com que suas frustrações venham à tona. Em “Chuva”, um homem vê em um cachorro de rua uma ótima companhia para uma noite solitária.

O trabalho de adaptação feito pelo diretor Felipe Vasconcelos, de modo brilhante, propicia à literatura ótima versão para o palco. Com potente economia, excelente articulação de frases, equilibrada evolução de tons e força, a dramaturgia parece ter nascido como teatro. Em cada cena, de modo complexo, há o trato com questões relevantes ao universo humano de maneira sensível, delicada e potente. E a direção de Vasconcelos traz à cada quadro e ao todo panorama bem desenvolvido. A concepção é defendida com coragem em ótimos usos do tempo e das possibilidades expressivas dos intérpretes.

Carlos Emílio Jacuá em excelente interpretação
No elenco, estão Ana Gawryszewski, Beatriz Castier e o diretor, mas Carlos Emílio Jacuá se destaca como a melhor atuação do grupo. Nele, mais no do que nos demais, é fácil de perceber o corpo e a voz se transformando na expressão de diferentes cargas dramáticas de cada história. Há excelente uso da voz, gestos mínimos e elogiosa alternância entre força e sensibilidade na defesa de cada personagem. Um trabalho vibrante!

“Chuva” tem ainda ótimas colaborações do cenário de Aurora dos Campos e da iluminação de Tomas Ribas. Com pequenas participações, os dois atuam na apresentação de um quadro cheio de potência visual que faz muito bem à obra como um todo e em cada parte.

Eis uma boa surpresa na programação teatral carioca.

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FICHA TÉCNICA
Texto: Luiz Vilela
Direção e Adaptação: Felipe Vasconcelos
Elenco: Beatriz Castier, Ana Gawryszewski, Carlos Emílio Jacuá e Felipe Vasconcelos
Iluminação: Tomás Ribas
Cenografia: Aurora dos Campos
Figurino: Tábula Rasa
Operação de Luz: Pedro Paulo Thimoteo
Programação Visual: Ana Gawryszewski
Assessoria de Comunicação: Rachel Almeida
Direção de Produção: Ana Gawryszewski
Assistência de Produção: Carlos Marapodi e Sabrine Muller
Realização: Tábula Rasa
Correalização: Associação Imaginário Digital

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