Ricardo Gonçalves, Ricardo Gadelha e Richard Goulart em cena |
Foto: divulgação
Merecida homenagem a Ariano Suassuna
“Romanceiro Popular” é uma homenagem a Ariano Suassuna (1927-2014), o dramaturgo paraibano autor de “O auto da Compadecida”. O espetáculo, com dramaturgia e direção assinada por Lu Gatelli, é uma divertida colagem de várias tramas criadas pelo mestre, facilmente identificadas pelos conhecedores de sua obra, que reflete habilidade em articular personagens e histórias em um todo coeso, coerente e que valoriza o artista homenageado. Em cartaz no Teatro II do Teatro Sesc Tijuca, a peça é a mais nova produção da Cia. Entreato, que há 14 anos tem pesquisa cênica voltada para o universo da palhaçaria.
O único funcionário (Ricardo Gonçalves) de um grupo de atores mambembes tem sua vida modificada quando o diretor lhe dá uma chance de entrar em cena. Causando certo embaraço na vida dos parceiros, ele reconhece os desafios diários da vida de ator em meio ao sertão nordestino. É quando um colega seu (Ricardo Gadelha) propõe formarem juntos outra companhia para concorrer com a atual às escondidas do diretor (Richard Goulart). O grupo apresenta a peça “Romeu e Julieta”, contando a história de Romeu, depois a de Julieta, e só então a dos dois. Em meio a isso, o diretor descobre a possível a traição e toda a Companhia se divide em relação ao acontecido. “Romanceiro Popular” une “O santo e a porca”, “O auto da Compadecida”, “A história de amor de Romeu e Julieta” e “Torturas de um coração”, atualizando em nova narrativa os elementos fundamentais do universo de Ariano Suassuna.
Ricardo Gonçalves, Ricardo Gadelha e Richard Goulart se destacam no elenco composto também por Diego Marques, Ligia Dechen e Vitor Martinez. O tom vocal e corporal de realismo, que infelizmente invade a concepção farsesca da peça (e das histórias), prejudica o andamento das narrativas em vários momentos. Faltam composições que imprimam um gestual e uma movimentação coerente com o texto, com o cenário de Kerrys Aldabalde e com o figurino de Raquel Theo. Daí o destaque positivo de Gadelha, Gonçalves e principalmente de Goulart, pois esses são aqueles que melhor apresentam figuras coesas, articuladas e tão vivas quanto os bons usos dos elementos visuais citados. A trilha sonora, que une canções de vários autores, participa bem do espetáculo, mas as letras nem sempre são interpretadas com a clareza adequada infelizmente. O ritmo da direção de Gatelli fica felizmene mais ágil, como em uma boa farsa (o gênero tem sua descendência na Commedia Dell Arte italiana), com o passar das cenas, ficando cada melhor nas cenas finais.
Merecida homenagem a Ariano Suassuna
“Romanceiro Popular” é uma homenagem a Ariano Suassuna (1927-2014), o dramaturgo paraibano autor de “O auto da Compadecida”. O espetáculo, com dramaturgia e direção assinada por Lu Gatelli, é uma divertida colagem de várias tramas criadas pelo mestre, facilmente identificadas pelos conhecedores de sua obra, que reflete habilidade em articular personagens e histórias em um todo coeso, coerente e que valoriza o artista homenageado. Em cartaz no Teatro II do Teatro Sesc Tijuca, a peça é a mais nova produção da Cia. Entreato, que há 14 anos tem pesquisa cênica voltada para o universo da palhaçaria.
O único funcionário (Ricardo Gonçalves) de um grupo de atores mambembes tem sua vida modificada quando o diretor lhe dá uma chance de entrar em cena. Causando certo embaraço na vida dos parceiros, ele reconhece os desafios diários da vida de ator em meio ao sertão nordestino. É quando um colega seu (Ricardo Gadelha) propõe formarem juntos outra companhia para concorrer com a atual às escondidas do diretor (Richard Goulart). O grupo apresenta a peça “Romeu e Julieta”, contando a história de Romeu, depois a de Julieta, e só então a dos dois. Em meio a isso, o diretor descobre a possível a traição e toda a Companhia se divide em relação ao acontecido. “Romanceiro Popular” une “O santo e a porca”, “O auto da Compadecida”, “A história de amor de Romeu e Julieta” e “Torturas de um coração”, atualizando em nova narrativa os elementos fundamentais do universo de Ariano Suassuna.
Ricardo Gonçalves, Ricardo Gadelha e Richard Goulart se destacam no elenco composto também por Diego Marques, Ligia Dechen e Vitor Martinez. O tom vocal e corporal de realismo, que infelizmente invade a concepção farsesca da peça (e das histórias), prejudica o andamento das narrativas em vários momentos. Faltam composições que imprimam um gestual e uma movimentação coerente com o texto, com o cenário de Kerrys Aldabalde e com o figurino de Raquel Theo. Daí o destaque positivo de Gadelha, Gonçalves e principalmente de Goulart, pois esses são aqueles que melhor apresentam figuras coesas, articuladas e tão vivas quanto os bons usos dos elementos visuais citados. A trilha sonora, que une canções de vários autores, participa bem do espetáculo, mas as letras nem sempre são interpretadas com a clareza adequada infelizmente. O ritmo da direção de Gatelli fica felizmene mais ágil, como em uma boa farsa (o gênero tem sua descendência na Commedia Dell Arte italiana), com o passar das cenas, ficando cada melhor nas cenas finais.
O mérito de Suassuna foi, entre vários, o de associar o regionalismo ao clown, revitalizando a farsa de Martins Penna, mas com muito mais lirismo. Seus personagens têm a dureza do sertão, em sua pobreza, em sua aridez, em sua religiosidade, mas a alegria das coisas simples e dos prazeres pequenos. A Cia. Entreato está de parabéns por homenageá-lo.
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FICHA TÉCNICA
Texto e Direção: Lu Gatelli
Elenco: Diego Marques, Lígia Dechen, Lu Gatelli, Ricardo Gadelha, Ricardo Gonçalves, Richard Goulart e Vitor Martinez, Stand by: Camila Rocha
Direção Musical: César Lignelli
Elenco: Diego Marques, Lígia Dechen, Lu Gatelli, Ricardo Gadelha, Ricardo Gonçalves, Richard Goulart e Vitor Martinez, Stand by: Camila Rocha
Direção Musical: César Lignelli
Figurinos: Raquel Theo
Cenografia: Kerrys Aldabalde
Iluminação: Ricardo Grings
Adereços: Fabio Francino
Coreografias: Alessandra Lemos
Assistente de Direção: Camila Rocha
Caracterização: Vitor Martinez
Identidade Visual: Marcelo Gatelli
Direção de Produção: Renato Maia
Assistente de Produção: Igor Goulart
Realização: Cia Entreato
Patrocínio: Secretaria Municipal de Cultura / Prefeitura do Rio de Janeiro
Assessoria de imprensa: Minas de Ideias
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