Françoise Forton, Maria Bia, Érico Brás, Rodrigo Fagundes e Mariana Santos |
Boas interpretações
A maior sorte de “Noite Infeliz – A Comédia Musical das Maldades” são as interpretações de Érico Brás, Mariana Santos, Maria Bia, Rodrigo Fagundes e de Françoise Forton. De resto, a debilidade na dramaturgia e nos movimentos e a falta de concepção melhor articulada nos figurinos e nas projeções enchem de responsabilidade a atuação. Em cartaz no Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, essa comédia escrita por Maurício Guilherme e com direção de Victor Garcia Peralta começou sua primeira temporada há pouco e há de afinar seus contornos ao longo de sua carreira, espera-se.
O texto começa com o produtor de variedades Fausto Carrera (Érico Brás) se apresentando. Uma série de quadros cômicos que versam sobre a maldade compõem a primeira parte do “drama” vivido pelo personagem em busca da fama, do reconhecimento e da sobrevivência. Aqui está a melhor fatia desse espetáculo cujos méritos se apoiam no ótimo jogo que os atores protagonizam nas esquetes. Aparentemente cansada da simples justaposição de cenas unidas em redor de um tema, a dramaturgia segue por um outro caminho nos momentos finais. Estruturada de forma bem mais complexa que as anteriores, o último quadro faz alusão à obra de Goethe. Fausto Carrera fizera um acordo no passado com o Diabo (Rodrigo Fagundes) e, sentindo-se enganado, vem cobrar-lhe o prometido. Ainda que, na primeira parte, o protagonista apareça tentando uma audiência com alguém importante, sendo impedido por imensa burocracia, identificar o espetáculo como um todo coeso é difícil inclusive porque isso só pode acontecer no final.
É possível reconhecer que a direção de Victor Garcia Peralta, assistida por Alcemar Vieira, tentou imprimir na última cena a mesma estética que a das anteriores. O desafio foi maior que o alcance infelizmente. Os quadros da primeira parte são independentes, os personagens são figuras farsescas e com vínculos narrativos superficiais próprios da comédia popular. Já a última cena, que dá sentido para a história, exige mais complexidade. A curva se torna decrescente, o ritmo mais lento e a graça mais difícil. Por outro lado, em todo o espetáculo, os movimentos são flácidos e as articulações entre as esquetes azeitadas demais. Falta firmeza.
Experientes no gênero comédia, Rodrigo Fagundes e Mariana Santos tiram excelente proveito do texto, construindo quadros engraçados que divertem o público. Maria Bia e Françoise Forton não decepcionam positivamente, protagonizando alguns números muito bons também. Érico Brás, que faz também outros personagens além de Fausto, estabelece ótima conexão com o público, conseguindo liderar, na medida do possível, as atenções por sobre a saga de seu herói.
Porque o tema da maldade garante a unidade da obra até a chegada da cena final, a estética do Teatro de Revista pode ter servido de inspiração para a parte visual e para a escolha da trilha sonora. A mistura de cores e de texturas, formas e de estilos diferentes no vestuário de Antônio Guedes, que repete a concepção de “Bodas de Fígaro”, também não ajuda o espectador a se encontrar no espetáculo. Cerca de 50 inserções de vídeo assinadas por Rico Vilarouca fazem parte da narrativa cênica que resulta em uma explosão visual na qual más interpretações poderiam submergir, o que felizmente não acontece. As músicas, escolhidas a partir do assunto de suas letras, são bem defendidas pelo elenco. A direção musical é de Paula Leal. “Noite infeliz” tem ainda boa contribuição de Maneco Quinderé no desenho de luz.
Com problemas principais na ordem da dramaturgia, “Noite Infeliz” oferece ao espectador bom resultado no mais essencial: as interpretações.
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Ficha Técnica
Texto: Mauricio Guilherme
Direção: Victor Garcia Peralta
Produção: Rodrigo Velloni
Elenco: Érico Brás, Mariana Santos, Rodrigo Fagundes, Maria Bia.
Atriz Convidada: Françoise Forton
Iluminação: Maneco Quinderé
Direção Musical: Paula Leal
Cenografia: Cris Novaes
Figurinos: Antônio Guedes
Diretor Assistente: Alcemar Vieira
Projeto Multimídia: Rico Vilarouca
Fotografia: Priscila Prade
Produção Executiva: Giovani Tozi e Adriana Souza
Realização: Velloni Produções Artísticas
Conheci este texto há algum tempo, numa leitura em São Paulo. Ainda tinha outro título. Posso afirmar que o que vi no palco do Teatro dos 4, foi uma tremenda deformação da obra original. Até onde entendo disso, o elenco é ótimo, mas a direção é uma catástrofe. Pobre autor. Tereza Morandes.
ResponderExcluirNao gostei. Muito barulho, musica mais alta que fala dos atores.Texto pobre, sem graca, uma colcha de retalhos mal feita.As vezes da pena dos atores de renome, como Francoise, fazendo algo desse nivel.
ResponderExcluirHorrivel. O som mais alto que a fala dos atores.Um texto pobre, uma colcha de retalhos mal feita, sem graca com repeticoes inadequadas. Da pena atores, que pra sobreviverem terem escolhas dificeis. Francoise e todo elenco nao mereciam isto.
ResponderExcluirHORRIVEL
ResponderExcluirMuito ruim.....sem graca mesmo.
ResponderExcluirPéssimo
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