Curta nossa página no Facebook: www.facebook.com/criticateatral
Siga-nos no Instagram: @criticateatral
Foto: divulgação
Siga-nos no Instagram: @criticateatral
Foto: divulgação
Rogério Barros e Marta Paret |
Marta Paret e Rogério Barros em novo ótimo espetáculo
“Sob o céu” é a mais nova peça da dupla de atores Marta Paret e Rogério Barros. Eles atuam no espetáculo escrito por Maria Elisa Barredo e dirigido por Gilberto Gawronski, cuja história gira em torno de dois moradores de rua. Um deles se vê na possibilidade de ir com o outro para um casarão abandonado prestes a ser invadido, mas seu companheiro estranhamente não vê nisso uma boa coisa. Nesse duelo de posicionamentos, a plateia ganha uma excelente oportunidade de refletir sobre a vida e seus valores. A montagem fica em cartaz, somente aos domingos, no pátio do Centro Cultural do Parque das Ruínas, em Santa Teresa.
Maria Elisa Barredo estreia bem como dramaturga
Anoitece em uma rua qualquer e, querendo agradar, um morador de rua (Rogério Barros) traz comida para outra (Marta Paret). Esse é o primeiro gesto, nesse momento, de um conjunto de ações que expressa o quanto um é valoroso para o outro. O teto, a moradia, o lugar onde morar e viver, para esses personagens, vai além de uma casa propriamente dita e o melhor da dramaturgia de “Sob o céu” talvez seja perceber isso.
A possibilidade de irem embora dali e passarem a viver sob o teto de uma grande casa, protegidos contra as intempéries do clima, a sujeira da rua e contra o barulho não agrada os dois personagens, pois um deles prefere ficar onde está. O estranhamento acerca disso faz brotar dúvidas sobre a durabilidade dos laços entre eles e o passado. Desde o início, notou-se os o comportamento dos dois não é embrutecido da mesma maneira. Há um que é talvez tenha tido um passado mais refinado.
“Sob o céu” trata, antes de qualquer outra coisa, de valores, isto é, daquilo que, em alguém, é importante. Conforto, segurança, estabilidade, mas também liberdade são questões abordadas na peça que servem de oportunidade para quem a vê de refletir. É o primeiro texto para teatro da roteirista Maria Elisa Barredo, mas já esse revela, através de diálogos fluídos e de narrativa bem contornada, o início de uma feliz nova carreira.
Ótimos trabalhos de atuação
A direção de Gilberto Gawronski aposta no realismo, aproximando a construção dos personagens do referencial que o público possa ter de um modo geral. Talvez a opção aproveite pouco as muitas possibilidades da dramaturgia – a estética do bufão enriqueceria mais – mas é possível que tenha a ver com o objetivo da montagem. Essa versão de “Sob o céu” quer menos propor uma estética e partir mais diretamente para o debate, e isso é um mérito a ser considerado em sua análise.
O jogo que se estabelece entre os atores é viabilizado em ótimo ritmo e a produção dialoga com o espaço de maneira muito rica. Tudo parece interligado, evidenciando articulação através do qual cada parte colabora bem para o todo e vice-versa. “Sob o céu” atravessa o tempo e usa as contribuições existentes no local onde a apresentação se dá de modo brilhante.
Marta Paret e Rogério Barros apresentam vibrantes atuações. Ele, em torno do qual se estabelece a narrativa, tem mais possibilidades que ela devido à natureza de seu personagem, mas ambos merecem elogios. Nos dois, é possível identificar enorme sensibilidade, expressões marcantes e dosagem variável nos traços, dando a ver a evolução do ritmo da narrativa. Em destaque, está o uso do corpo e da voz em espetáculo que se apresenta a céu aberto, enfrentando os vários desafios do espaço.
Os demais elementos, assinados pelo coletivo, fazem ótima colaboração com o todo. Eles envolvem o espaço, corroboram com uma estética realista e oferecem um panorama em que se viabilizam belas imagens.
Ótima pedida!
“Sob o céu”, pela emoção que possibilita, mas principalmente pelo valor da reflexão que promove, deve ser visto também pelos seus méritos artísticos. Eles são muitos! Taí uma ótima opção na grade de programação carioca. Vale lembrar que essa peça divide lugar com “Navalha na carne”, outra ótima montagem também defendida por Marta Paret e por Rogério Barros (com Zé Wendell Soares no elenco também).
*
Ficha técnica:
Texto: Maria Elisa Barredo
Direção: Gilberto Gawronski
Elenco: Marta Paret e Rogério Barros
Sensacional
ResponderExcluirAtores,direção, espaço da encenação.
Tudo perfeito vale a pena cada segundo.
Rogério Barros e Marta Paret estão fora de série.